Desobediência - O jovem rico cobiçava a sua riqueza.
Obediência - Jônatas não tinha inveja de Davi.
Sl 119.36 "Inclina-me o coração aos teus testemunhos, e não à cobiça".
Parece que vivemos na terra da fantasia! Enquanto se discute, no Congresso, a legalização do jogo, [1] o jogo legalizado no Brasil [2] já movimenta 3,8 bilhões de dólares por mês. Estima-se, em adição, que os cassinos clandestinos que existem nas grandes cidades, chegam a movimentar mais 1 bilhão de dólares. [3] Essas estatísticas são provavelmente conservadoras. A soma de dinheiro que corre nos jogos de azar deve ser bem maior e não existem números confiáveis sobre o "jogo do bicho" nem sobre as inúmeras casas de "bingo" que proliferam nas grandes cidades brasileiras. Todos os dias inúmeras pessoas se submetem às filas que se formam nas "loterias", de olho nos prêmios milionários que se acumulam, cobiçando os valores fantásticos anunciados. Na expectativa, esperança e ilusão de resolverem todos os seus problemas pela "sorte", contribuem, na realidade, para o desvio de riquezas para os poucos que administram a jogatina e para um envolvimento clandestino e lucrativo com a corrução e criminalidade.
Nos Estados Unidos, até algumas décadas atrás, o jogo estava praticamente segregado ao estado de Nevada, na cidade de Las Vegas. Atualmente além da expansão dos cassinos para várias outras cidades, 37 dos 51 estados possuem suas próprias loterias "oficiais". Os norte-americanos gastam anualmente 638,6 bilhões de dólares com a jogatina. [4] Isso é mais do que o Produto Interno Bruto da maioria dos países, inclusive o do Brasil. O jogo é tão generalizado, naquele país, que é comum e não choca a existência de inúmeros bingos beneficentes sistemáticos (normalmente aos sábados) em igrejas católicas, anunciados em grandes faixas colocadas. Estima-se que os freqüentadores desses "bingos" de igrejas, perdem cerca de 1,6 bilhões de dólares por ano. É o paradoxo de igrejas, utilizando a cobiça, para atrair pessoas e fundos às suas atividades. O grande alvo dos cassinos, atualmente, são as pessoas idosas. Excursões e caravanas de ônibus funcionam sistematicamente, partindo para os centros de jogo cheios de pessoas ávidas por ganho fácil e diversão barata, mas muitas acumulam desilusões e vão na esperança de reaver perdas anteriores. Só de Nova York, para a cidade de Atlantic City, que legalizou cassinos em 1976, saem 9 milhões de pessoas por ano, em caravanas de ônibus. O domingo é o dia mais agitado da semana. [5]
O vício do jogo faz com que pessoas que não possuem um passado de criminalidade, passem a emitir cheques sem fundos ou roubar dinheiro de parentes. Descontrolados, esses apostadores perdem seus empregos, seus veículos, suas propriedades, seus cônjuges, e às vezes terminam na prisão ou se suicidando. [6]
Mas não é somente o jogo e o vício que cega as pessoas. A cobiça é força motivadora de muitas ações, quando se perde o objetivo maior de se servir a Deus e de usufruir a felicidade como uma conseqüência da nossa lealdade a Ele. A força da cobiça pode mover o homem mais rico do mundo para querer tornar-se mais rico e mais poderoso ainda, atropelando pessoas e empresas pequenas, comprando muitas, só para fechá-las, de tal forma que os seus objetivos não sejam contrariados. [7] A força da cobiça pode estar presente também no mais pobre dos homens, quando não enxerga que a solução dos seus problemas está primariamente nas mãos de Deus e não na obtenção dos bens materiais que não tem. A força da cobiça se apresenta nos anúncios que apelam ao desejo do lucro ilegítimo, como um e-mail que circula por aí, oferecendo ganhos irreais e volumosos, quando o objetivo real é a venda de um banco de dados de nomes sem qualquer perspectiva de ganhos reais para o comprador. A força da cobiça é reconhecida e utilizada nas formas mais distintas, até nas igrejas - não são somente naquelas, que mencionamos, que utilizam os "bingos" como atração semanal, mas também naquelas, que estão entre nós, que apelam às bênçãos materiais e à promessa de ampla prosperidade materiais aos seus fiéis, como chamariz para seus trabalhos.
O que leva pais de família e pessoas que têm necessidades básicas não atendidas a se envolver com o jogo? O que faz com que o pão seja tirado dos filhos para que o vício do jogo seja atendido? O que joga em uma vala comum milionários, pobres carentes e comerciantes inescrupulosos? Certamente o descaso pelas coisas realmente importantes e que contam - a vida espiritual e o relacionamento com Deus; o ávido desejo de se ter o que não se tem; a idéia de amealhar riquezas; o pensamento de que o dinheiro e os bens materiais resolverão os problemas e carências experimentadas. Tudo isso representa a quebra direta do décimo mandamento: "Não cobiçarás".
O décimo mandamento trata de uma atitude interna de cada pessoa. Esse mandamento, na realidade, interpreta todos os demais ensinando-nos a guardar a lei de Deus em nossos corações. Um outro importante aspecto do décimo mandamento é que a cobiça está por trás da maioria dos pecados cometidos. Ela cega os nossos olhos para as prioridades de vida, como fez com o jovem rico. Por outro lado, é perfeitamente possível termos contentamento com o que Deus nos agracia e nas situações em que ele nos coloca. Devemos, como Jônatas, viver sem inveja, com sentimentos sinceros em nossos corações. Deus nos chama a um comprometimento interno em uma vida de obediência aos seus preceitos.
O décimo mandamento é aquele que manifesta o espírito da lei concedida por Deus. Vamos explicar essa afirmação: todos os nove mandamentos que o precedem podem, aparentemente, ser avaliados pelas pessoas por atos externos. Isto é - alguém pode dar a aparência de adorar a Deus, por se envolver nos cultos da igreja; ou de não defraudar ao próximo, mas fazendo isso às escondidas; e assim por diante, com cada um dos mandamentos, até o décimo. Se isso ocorre com alguém, enquanto aparenta uma coisa, tem outra completamente diferente no coração.
A quebra do décimo mandamento, no entanto, se inicia e termina no coração de cada um. Ninguém pode olhar para você e dizer se você está ou não cobiçando. Mas Deus sabe e conhece o seu interior.
Quando alguém externa a cobiça, invariavelmente está quebrando algum dos outros nove mandamentos, especialmente aqueles relacionados com nossos deveres para com o nosso próximo. Pense no estudo dos últimos capítulos, sobre os mandamentos cinco a nove, e constatará que realmente a cobiça e a inveja foi o fator motivador e o passo principal na quebra dos outros mandamentos. Quando lemos Mc 15.10 vemos como a inveja está por trás do falso testemunho prestado pelos sacerdotes contra Jesus: "Pois ele bem percebia que por inveja os principais sacerdotes lho haviam entregado..."
O décimo mandamento, portanto, nos ensina que Deus olha no nosso íntimo. Isso tem um significado importantíssimo. Mostra que com cada um dos demais mandamentos, é exatamente dessa maneira que eles são adequadamente cumpridos - em nossos corações. É assim que Deus quer que venhamos a observá-los - não apenas nas aparências. Em 1 Sm 16.7 lemos, "... o homem vê o exterior, porém o Senhor o coração".
Essa mesma chamada à atenção, sobre o espírito da lei, é transmitida e ensinada por Jesus, no sermão da montanha, em Mt 5.21-37. Ali ele menciona vários mandamentos, não abolindo esses (v. 17), mas indicando que se o mandamento for quebrado no coração, mesmo sem o ato externo (que agrava o pecado), ele já está quebrado perante Deus. Essa quebra interna já coloca as pessoas como pecadoras, necessitadas do sangue redentor de Cristo para purificação de seus pecados. Ou seja, não é necessário que alguém mate, para ser merecedora do juízo de Deus. Se odiamos no nosso coração, já quebramos o sexto mandamento.
O jovem rico cobiçava a sua riqueza.
No terceiro capítulo já estudamos sobre o jovem rico, no incidente relatado nos evangelhos, em Mt 19.16-26 e passagens paralelas. Naquela ocasião chamamos a atenção para o fato de que Jesus Cristo pregou a lei de Deus àquele que inquiria sobre o que deveria fazer para herdar a vida eterna. Nosso propósito era mostrar que Jesus não apenas cumpriu a lei, mas a prezava e ela era parte integrante de sua mensagem para o arrependimento e conversão.
Agora, queremos voltar à história do jovem rico para mostrar como ele quebrou o décimo mandamento. Logo ele, que se gabava de ter cumprido toda a lei de Deus. Acontece que ele não havia compreendido a questão do espírito da lei, mencionado em nossa introdução. Ele estava muito mais concentrado nas aparências do que nas atitudes do coração. Mesmo aparentando tanta "perfeição", sua consciência o incomodava, pois levou-o até Jesus, procurando saber qual o caminho para a vida eterna.
Sabemos como Jesus confrontou aquela atitude de superioridade e aparente ausência de pecado e de necessidade real. Jesus falou das obrigações das pessoas para com o seu próximo, enunciando, um a um, os mandamentos relacionados com os semelhantes. A resposta do jovem vem como uma interrupção, antes que Jesus dissesse o décimo mandamento - "tudo aquilo já havia cumprido desde a mocidade".
Jesus prossegue, mas não fala explicitamente "não cobiçarás", como havia feito com os outros mandamentos precedentes. Em vez disso ele prescreve uma ação a qual, se cumprida, evidenciaria a ausência de cobiça no coração, o despreendimento, a lealdade e o amor a Jesus o Salvador - vender as riquezas e doar tudo aos pobres.
Entretanto, o jovem rico cobiçava os seus bens mais do que qualquer outra coisa. A Bíblia nos diz que ele retirou-se triste, pesaroso, daquela entrevista com Jesus. Havia quebrado o décimo mandamento e, provavelmente, todos os demais, pelo menos dentro do seu coração. A máscara havia caído.
Não nos enganemos! Estejamos continuamente pesquisando nossas vidas e corações, colocando nossas transgressões, em arrependimento sincero, no trono da graça de Cristo, suplicando o seu perdão. Não deixemos que sentimentos de falsa justiça venham a se apossar de nós. Cuidemos para que a nossa cobiça não seja o passo que Satanás espera para provocar a quebra de tantos outros mandamentos, em nossas vidas, com um conseqüente afastamento de Deus.
Jônatas não tinha inveja de Davi.
A amizade de Jônatas para com Davi iniciou-se na conversa que Davi teve com o rei Saul, logo após a vitória sobre o gigante Golias. Ela é narrada a partir do capítulo 18 de 1 Samuel, e estendeu-se até a morte de Jônatas, registrada nos primeiros capítulos de 2 Samuel.
Humanamente falando, Jônatas era uma pessoa que tinha tudo para desenvolver sentimentos de inveja e de cobiça para com Davi. Ele era filho do rei, Saul. Pela linhagem, seria ele o herdeiro do trono. Todas as riquezas e o privilégio da realeza estavam logo ali, à sua frente. Entretanto, aprouve a Deus ungir a Davi, preparando-o para ser o próximo rei de Israel. Saul não conseguia assimilar essa dura verdade. Tinha ódio a Davi, procurava matá-lo e prejudicá-lo. Jônatas, entretanto, desenvolveu uma amizade sincera para com Davi.
Até os dias de hoje, essa história permanece como um exemplo de amizade sincera, desinteressada, nunca alimentando a inveja e a cobiça, por aquilo que não seria seu. Com essa postura de vida, Jônatas cumpriu o décimo mandamento, tornando-se um exemplo para cada um de nós.
Cobiça - no Novo Testamento.
Cobiça significa desejo intenso. Tal desejo é pecado, quando direcionado para o que é errado e quando acompanhado de ansiedade (Fp 4.6) e falta de submissão aos planos de Deus. O que devemos desejar intensamente, são as coisas boas comandadas por Deus (1 Co 14.1; Hb 11.16; 1 Pe 2.2).
Estarmos contentes e satisfeitos em qualquer situação adversa, confiantes em Cristo e nos propósitos de Deus, é o segredo de uma vida serena e tranqüila. Paulo já havia experimentado essa bênção e assim nos ensina em Fp 4.11-13. A ironia da questão, é que a cobiça vem como um pecado exatamente na vida daqueles que estão ansiando pela felicidade baseada em coisas, em vez de fundamentada em Deus. Podemos dizer, portanto, que ausência de cobiça, ou seja, o cumprimento do décimo mandamento, é um dos passos básicos e fundamentais para a nossa felicidade e contentamento.
Jesus Cristo nos dá essa mesma lição, baseando a razão da nossa confiança em Deus, em seu amor para conosco. É uma dedução bíblica e lógica - aquele que nos amou primeiro e deu-se a si mesmo por nós, será que não cuidará de nossas necessidades básicas e de nosso bem-estar físico? Certamente que sim (Mt 6.25-34)! A cobiça não deve ter lugar no caminhar do cristão.
Os Dez Mandamentos Hoje - recapitulando nossos deveres para com Deus.
Qual de vós, tendo um servo ocupado na lavoura ou em guardar o gado, lhe dirá quando ele voltar do campo: Vem já e põe-te à mesa? E que, antes, não lhe diga: Prepara-me a ceia, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois, comerás tu e beberás? Porventura, terá de agradecer ao servo porque este fez o que lhe havia ordenado? Assim também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer (Lc 17.7-10)
O trecho acima citado contém uma daquelas parábolas de Jesus de difícil interpretação. Antes de contá-la, Jesus já havia dito palavras duras, relembrando o dever de perdoar repetidamente aqueles que nos ofendem. Os discípulos exclamaram: "Aumenta-nos a fé!" (v. 5). Jesus mostrava que a jornada do servo de Deus era difícil. Aqui ele não falava a descrentes, não falava sobre conversão, mas sobre a vida cristã.
Reconhecendo a pouca fé dos discípulos, ele passa a contar essa parábola. Ela nos fala de um senhor que possui um servo. Esse servo está trabalhando no campo (o original diz - arando, um trabalho árduo, quase braçal) e chega cansado. Provavelmente pensa (como nós) que chegou ao fim da jornada, mas existe ainda muito para ser feito. Jesus pergunta - será que o senhor, ao ver o servo chegar, vai dizer: "venha comer, assente-se à mesa"? O próprio Jesus responde - "Não! Ele vai dizer, prepara a minha refeição, o meu lugar e as minhas vestimentas. Eu vou comer e beber. Depois disso, você comerá".
Continuando, Jesus pergunta, mais uma vez: "será que o senhor vai se desmanchar em agradecimentos ao servo, porque o servo fez aquilo que era sua obrigação?" Ele responde, mais uma vez, negativamente, e aí traz a aplicação da parábola: Se em nossa experiência do dia-a-dia sabemos que os servos não esperam receber agradecimentos por cumprirem suas obrigações - por mais extenuantes que sejam, por mais impróprios que sejam os horários, por maiores que sejam os esforços necessários ao cumprimento das tarefas - como é que nós ficamos esperando agradecimentos da parte de Deus simplesmente por cumprirmos nossas obrigações?
E assim concluímos o nosso estudo da Lei de Deus. Nossos deveres para com Deus e para com o próximo estão retratados nos dez mandamentos. Será que conseguimos compreender que cumpri-los faz parte da essência básica de nossas vidas; ou será que pretendemos algum mérito velado e agradecimentos explícitos da parte dele?
Jesus nos ensina, na realidade, uma postura de extrema humildade, na qual, contemplando nossas realizações, com a imensa santidade de Deus e com suas demandas, em nossas vidas, reconhecemos que nenhum mérito temos. Ele diz, no v. 10: "Assim também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer". Por melhor que façamos, por mais que nos esforcemos em cumprir os dez mandamentos, não fazemos mais do que nossa obrigação, perante Deus.
Esse era o sentimento de Paulo. Ele dedicou-se de corpo e alma à causa do Mestre, mas classificava-se a si mesmo como o "principal dos pecadores" (1 Tm 1.15). Assim ele encarava as suas obrigações ( 1 Co 9.16), procurando não orgulhar-se do que fazia, mas orgulhando-se antes no poderio de Cristo, que revelava suas fraquezas e sua dependência total do poder de Deus (2 Co 12.10).
Numa era em que tantos, até da própria igreja, desprezam a lei de Deus, ou quaisquer limites que lhes sejam estabelecidos às suas ações; numa situação em que tantos rejeitam a objetividade da lei de Deus e procuram visualizar a Bíblia de uma forma subjetiva, fluida, adaptável à compreensão de cada um; que aprendamos a amar a lei de Deus, em toda sua clareza. Que possamos diminuir as palavras vazias e aumentar as nossas ações cheias do Espírito Santo, demonstrando o nosso amor para com Deus. Que possamos lutar para cumprir os dez mandamentos, mas nunca com pretensões de auto-justiça, com o espírito de condenação aos irmãos, ou com o orgulho diabólico que nos levaria a desconsiderar a majestade do amor de Deus, revelado na salvação de nossas pessoas - servos inúteis!
Que tenhamos também a convicção, operada pelo Espírito Santo, de sabermos que somos abrigados no amor de Deus. Ele nos conclama a que nos lembremos do que ele é, para que tenhamos ânimo (Isaías 46.8). Que tenhamos a alegria de saber que ele não nos trata segundo nossas iniquidades (Salmo 103.10), pois Cristo fez-se pecado por nós, venceu a morte e nos assegurou tão grande salvação (Hebreus 2.3).
O ensino do Catecismo Maior de Westminster (perguntas 146 a 153):
P. 146. Qual é o décimo mandamento?
R.: O décimo mandamento é: "Não cobiçarás a casa do teu próximo, não desejarás a sua mulher, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que lhe pertença."
Ref.: Êx 20.17
P. 147. Quais são os deveres exigidos no décimo mandamento?
R.: Os deveres exigidos no décimo mandamento são: um pleno contentamento com a nossa condição e uma disposição caridosa da alma para com o nosso próximo, de modo que todos os nossos desejos e afetos relativos a ele se inclinem para todo o seu bem e promovam o mesmo.
Ref.: Hb 13.5; 1Tm 6.6; Rm 12.15; Fp 2.4; 1Tm 1.5
P. 148. Quais são os pecados proibidos no décimo mandamento?
R.: Os pecados proibidos no décimo mandamento são: o descontentamento com o nosso estado; a inveja, e a tristeza pelo bem de nosso próximo, juntamente com todos os desejos e afetos desordenados para com qualquer coisa que lhe pertença.
Ref .: 1Co 10.10; Gl 5.26; Tg 3.14,16; Sl 112.9,10; Ne 2.10; Rm 7.7; Dt 5.21; Cl 3.5; Rm 13.9.
P. 149. Será alguém capaz de guardar perfeitamente os mandamentos de Deus?
R.: Nenhum homem, por si mesmo, ou por qualquer graça que receba nesta vida, é capaz de guardar perfeitamente os mandamentos de Deus; mas diariamente os viola por pensamentos, palavras e obras.
Ref .: Tg 3.2; Jo 15.5; 1Rs 8.46; Sl 17.15; 1Jo 1.8; 1Jo 2.6; Gn 8.21; Tg 1.14; Gn 6.5; Sl 19.12; Tg 3.2,8.
P. 150. São todas as transgressões da lei de Deus igualmente odiosas em si mesmas à vista de Deus?
R.: Todas as transgressões da lei de Deus não são igualmente odiosas; mas alguns pecados em si mesmos, e em razão de diversas circunstâncias, são mais odiosos à vista de Deus do que outros.
Ref.: Hb 2.2,3; Ed 9.14; Sl 78.17,32,56.
P. 151. Quais são as circunstâncias agravantes que tornam alguns pecados mais odiosos do que outros?
R.: Alguns pecados se tornam mais agravantes:
1º Em razão dos ofensores, se forem pessoas de idade mais madura, de maior experiência ou graça; se forem eminentes pela vida cristã, dons, posição, ofícios; se forem guias para outros e pessoas cujo exemplo será, provavelmente, seguido por outros.
Ref .: Jr 2.8; 1Rs 11.9; 2Sm 12.14; 1Co 5.1; Tg 4.17; Lc 12.47; Jo 3.10; Jr 5.4,5; 2Sm 12.7-9; Ez 8.11,12; Rm 2.21,22,24; Gl 2.14; 2Pe 2.2.
2º Em razão das pessoas ofendidas, se as ofensas forem diretamente contra Deus, seus atributos e culto, contra Cristo e sua graça; contra o Espírito Santo, seu testemunho e operações; contra superiores, pessoas eminentes e aqueles a quem estamos especialmente relacionados e a quem devemos favores; contra os santos, especialmente contra os irmãos fracos; contra as suas almas ou as de quaisquer outros, e contra o bem geral de todos ou de muitos.
Ref .: 1Jo 5.10; Mt 21.38,39; 1Sm 2.25; At 5.4; Rm 2.4; Ml 1.14; 1Co 10.21,22; Jo 3.18,36; Hb 12.25; Hb 6.4-6; Hb 10.29; Mt 12.31,32; Ef 4.30; Nm 12.8; Pv 30.17; Sl 41.9; Sl 55.12-14; Zc 2.8; 1Co 8.11,12; Rm 14.13,15,21; 1Ts 2.15,16; Mt 23.34-38.
3º Pela natureza e qualidade da ofensa, se for contra a letra expressa da lei, se violar muitos mandamentos, se contiver em si muitos pecados; se for concebida, não só no coração, mas manifestar-se em palavras e ações, escandalizar a outrem e não admitir reparo algum; se for contra os meios, misericórdias, juízos, luz da natureza, convicção da consciência, admoestação pública ou particular, censuras da igreja, punições civis; se for contra as nossas orações, propósitos, promessas, votos, pactos, obrigações a Deus ou aos homens; se for feita deliberada, voluntária, presunçosa, impudente, jactanciosa, maliciosa, freqüente e obstinadamente, com displicência, persistência, reincidência, depois do arrependimento.
Ref.:Is 3.9; Ez 20.12,13; Cl 3.5; 1Tm 6.10; Mq 2.1,2; Rm 2.23,24; Mt 18.7; Pv 6.32-35; Mt 16.26; Mt 11.21-24; Jo 15.22; Dt 32.6; Is 1.2,3; Ed 9.13,14; Jr 5.13; Am 4.8-11; Rm 1.20,21; Rm 1.32; Dn 5.22; Pv 29.1; Mt 18.17; Tt 3.10; Rm 13.1-5; Sl 78.34,36,37; Jr 42.5,6; Jr 42.20-22; Pv 20.25; Lv 26.25; Jr 31.32; Pv 2.17; Ez 17.18; Sl 36.4; Jr 6.16; Nm 15.30; Jr 6.15; Sl 52.1; Ez 35.5,6; 3Jo 10; Nm 14.22,23; Zc 7.11,12; Pv 2.14; Jr 9.3,5; Is 57.17; 2Pe 2.20,21; Hb 6.4,6.
4º Pelas circunstâncias de tempo e de lugar, se for no dia do Senhor ou em outros tempos de culto divino, imediatamente antes, depois destes ou de outros auxílios para prevenção ou remédio contra tais quedas; se em público ou em presença de outros que são capazes de ser provocados ou contaminados por essas transgressões.
Ref .: Is 22.12-14; 2Rs 5.26; Jr 7.10,11; Ez 23.38; Is 58.3,4; 1Co 11.20,21; Jr 7.9,10; Pv 7.14,15; Ne 9.13-16; 2Cr 36.15,16; Is 3.9; 1Sm 2.22-24.
P. 152. O que cada pecado merece da parte de Deus?
R.: Todo pecado, até o menor, sendo contra a soberania, bondade e santidade de Deus, e contra a sua justa lei, merece a sua ira e maldição, nesta vida e na vindoura, e não pode ser expiado, senão pelo sangue de Cristo.
Ref.: Tg 2.10,11; Ml 1.14; Dt 32.6; Hc 1.13; 1Pe 1.15,16; Lv 11.45; 1Jo 3.4; Rm 7.12; Gl 3.10; Ef 5.6; Dt 28.15-68; Pv 13.21; Mt 25.41; Rm 6.21,23; Hb 9.22; 1Jo 1.7; 1Pe 1.18,19.
P. 153. Que exige Deus de nós para que possamos escapar à sua ira e maldição, em que incorremos pela transgressão da lei?
R.: Para escaparmos à ira e maldição de Deus, em que incorremos pela transgressão da lei, ele exige de nós o arrependimento para com Deus, a fé em nosso Senhor Jesus Cristo e o uso diligente de todos os meios exteriores pelos quais Cristo nos comunica os benefícios de sua mediação.
Ref .: At 20.21; Mc 1.15; Jo 3.18; Mt 28.19,20; At 2.42,46; 1Tm 4.16; 1Co 1.21; Ef 5.19,20; Ef 6.17,18.
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[1] Projeto de Lei, da Câmara, No. 91, de 1996 (originalmente, No. 4.652, de 1994), do deputado José Fortunati.
[2] Loteria Esportiva, Loteria Federal, Casas lotéricas estaduais, Telesena, "raspadinhas", etc.
[3] Números de 1993, contidos no parecer de Edson Lobão, favorável à "legalização" do jogo.
[4] John W. Kennedy, "Gambling Away the Golden Years", Christianity Today (24 de maio de 1999, Vol. 43, No. 6) 40.
[5] Kennedy, "Gambling".
[6] John Eades, Gambling Addiction: The Problem, the Pain, and the Pathway to Recovery (N. York: Thistle Press, 1999), 131.
[7] Em maio de 2000 a Microsoft, de propriedade do bilionário Bill Gates, considerado uma das maiores fortunas do planeta, foi declarada um monopólio destrutivo, com práticas comerciais abusivas. Os anos de liderança no mercado não foram suficientes para aplacar a voracidade com que devorou empresas menores e forçou outras a serem fechadas. Sob a liderança do seu proprietário, a cobiça por ganhos maiores parecia não ter limites.
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